Resenha: Uma Longa Jornada

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Quando o Nicholas Sparks lançou “Uma Longa Jornada”, em 2013, eu não dei nada pelo livro. A capa que mostrava um campo, um cavalo e duas silhuetas dignas de filmes western e a sinopse que mencionava um peão de rodeios não me impressionavam, pelo contrário. Parecia-me impossível escrever uma boa história com a temática e que eu iria ficar entediada com a dúzia de personagens de jeans, camisa xadrez, chapéus e botas de cowboy – um estilo que para nada me agrada.

Então eu comecei a escrever meu próprio livro “rural”, digamos assim, “Fantasmas de Amor” (na verdade eu o idealizei em 2010, mas foi só em 2013 que eu realmente comecei a colocá-lo no papel e apenas ano passado que me empenhei de fato em adiantar a história, embora minha prioridade seja a revisão de meu primeiro livro, que já está completamente escrito), com minhas próprias personagens que amam a vida no campo e administram fazendas e são apaixonadas por cavalos e meu interesse por esse tipo de trama só cresceu (OK, a leitura de “E O Vento Levou” e “Pássaros Feridos” também colaborou fortemente para criar esse interesse haha) e ano passado eu enfim comprei o que era então um dos poucos livros do Sparks que faltava em minha estante. O que de fato me fez adiantar ULJ em minha lista de leituras, contudo, foi o lançamento do filme baseado no livro (que acabei não indo assistir) e seu lindo, belíssimo, sensacional protagonista: Scott Eastwood.

É ou não um senhor presente para nossas retinas? ❤

Então semana passada enfim li “Uma Longa Jornada”. E não me arrependi! Muito pelo contrário! Mas antes de qualquer detalhe, vamos à sinopse oficial:

Aos 91 anos, com problemas de saúde e sozinho no mundo, Ira Levinson sofre um terrível acidente de carro. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua amada esposa que morreu há nove anos, surge diante dele. Mesmo sabendo que é impossível que ela esteja ali, Ira se agarra a isso e relembra diversos momentos de sua longa vida em comum: o dia em que se conheceram, o casamento, o amor dela pela arte, os dias sombrios da Segunda Guerra Mundial e seus efeitos sobre eles e suas famílias.

Perto dali, Sophia Danko, uma jovem estudante de história da arte, acompanha a melhor amiga a um rodeio. Lá, é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição. Ele e Sophia começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes privilegiados da faculdade. Ele não mede esforços para ajudar a mãe e salvar a fazenda da família. Aos poucos, Sophia começa a descobrir um novo mundo e percebe que Luke talvez tenha o poder de reescrever o futuro que ela havia planejado. Isso se o terrível segredo que ele guarda não puser tudo a perder.

Pode-se dizer que as duas grandes tramas do livro correm em paralelo, visto que Sparks alterna os dois enredos até quase o final do romance, quando as duas histórias enfim se encontram. E admito: gostei igualmente das duas tramas! Ambas com seus momentos tristes, bem-humorados, apaixonados, densos, felizes e muito, muito bem narrados. Os capítulos focados em Ira e Ruth, obviamente, eram os que mais me tocavam e admito que chorei na parte em que ele contava sobre sua participação na Segunda Guerra e as consequências disso na vida do casal e que também fiquei bastante emocionada com os relatos da velhice deles.

Por outro lado, os capítulos sob as as perspectivas de Luke e Sophia foram os que mais me empolgaram. Aliás, toda vez que eram narradas as montarias de Luke eu lembrava desse gif aqui:

A maneira como os dois se conhecem, o primeiro contato, a beleza de Luke (cuja descrição no livro o faz muito menos bonito que sua versão encarnada pelo Scott Eastwood), a graciosidade de Sophia, os dois pulando cercas, o cachorro chamado Cachorro e o cavalo chamado Cavalo, as belas paisagens da fazenda, o primeiro passeio a cavalo, Monstrengo, o acidente de Luke cerca de dois anos antes do começo da história, a teimosia de Luke, a mãe de Luke, o piquenique, o chalé, Luke fazendo o marido de aluguel para a própria mãe, o medo de perder a fazenda da família, o medo de não saber o que fazer ao terminar a faculdade. Tudo isso torna a narrativa não só verossímil como interessante aos olhos dos que amamos romances contemporâneos.

O toque de surpresa na trama e magia está no finalzinho (sensacional, a propósito!) da história, logo após os dois enredos se entrelaçarem, parte por conta do acaso, parte por conta de certo interesse comum entre Sophia e Ruth. A maneira como Ruth e Ira eram devotados um ao outro e também o bom-humor de Luke durante a maior parte da história são outros dois pontos fortes do romance. Um trecho que gosto muito se passa quando Sophia indaga Luke a respeito de como é a mãe dele e ele responde que ela não deve esperar uma mulher de vestido floral e pérolas, mas sim de jeans, botas e feno no cabelo, o que me fez rir muito, pois imediatamente lembrei das personagens donas de fazendas do meu livro: duas delas, que de fato vivem de pérolas e vestidos florais; outra, filha de uma dessas, e que de fato administra as fazendas da família mas sempre está de saias e com a trança impecavelmente arrumada e sem qualquer traço de feno – ou seja, nada estereotipadamente rurais, como é a personagem de Sparks.

Por outro lado, me incomodam a infantilidade Sophia em certo momento diante certa atitude de sua melhor amiga, Marcia, bem como a PÉSSIMA mania que Sparks têm de descrever todas as personagens femininas contemporâneas quase sempre de jeans e camiseta. Sério, ele não tem o mínimo de criatividade para vestir mulheres contemporâneas! hahaha E em um livro rural, óbvio que ele abusa ainda mais disso, o que me irrita ainda mais hahaha.

Assim sendo, “Uma Longa Jornada” surpreendeu-me positivamente e está no meu top 5 do Nicholas Sparks (perde para “A Escolha”, “O Guardião”, “O Casamento” e “A Última Música”). RECOMENDADÍSSIMO!!

Thaís Gualberto

 

17 comentários sobre “Resenha: Uma Longa Jornada

  1. Bia Aguiar disse:

    Que delícia de enredo, deu vontade de assistir. Adoro histórias que os personagens envelhecem, eis a proximidade com a vida real. E o filho do Clint é parecidíssimo com o papi, oooooooooooo senhor!
    E QUE SARRO ESSE GIF Thaís, rindo até 2016 HAHAHAHHAHAHAH
    Um beijo e um lindo fim de semana!

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    • Thaís Gualberto disse:

      Então você já assistiu o filme? Legal saber que é parecido! Pelas fotos que vi na internet, me parece que o final é ligeiramente do final do filme…

      Gente… O que é o Scott Eastwood?? ❤ ❤ Quero para mim! hahaha O pai era bem bonitão quando jovem também hehe
      Esse gif é uma graça! haha
      Beijoos!

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  2. Lari Reis disse:

    HAHA, chorando com o gif!
    Acredita que nunca li um livro do Nicholas? Eu não sou dessas pessoas que tem aversão a best sellers, mas, às vezes fujo dos autores badalados. Com o tempo, isso se resolve.

    Sobre o seu livro, fiquei pensando no meu… Comecei há ANOS e nem sei se vou terminar 😦

    Bjs

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